
Os Estados Unidos e a China anunciaram um acordo nesta segunda-feira, 12 de maio de 2025, para reduzir temporariamente as tarifas comerciais impostas entre si, estabelecendo uma trégua de 90 dias na guerra comercial que vinha afetando as duas maiores economias do mundo.
Principais pontos do acordo:
- Estados Unidos: vão reduzir suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%. No entanto, continuam aplicando uma tarifa adicional de 20% sobre produtos ligados ao fentanil, mantendo um total de 30% sobre boa parte das importações chinesas.
- China: vai reduzir suas tarifas sobre produtos dos EUA de 125% para 10%, e suspenderá outras medidas de retaliação aplicadas desde abril de 2025.
Além disso, os dois países concordaram em criar um canal permanente de diálogo econômico, com reuniões regulares e representantes de alto nível conduzindo as negociações futuras.
Impacto imediato:
- Os mercados financeiros reagiram positivamente, com altas nas bolsas internacionais e valorização do dólar.
- Empresários e investidores veem o acordo como um passo positivo para estabilizar o comércio global.
- O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou o acordo como uma “vitória histórica”, ressaltando a defesa dos interesses econômicos americanos.
Esse acordo sinaliza uma tentativa de aliviar as tensões e retomar negociações mais amplas, embora ainda existam divergências profundas entre os dois países.

Impactos do acordo China-EUA para o Brasil:
- Exportações brasileiras favorecidas:
Com a trégua entre China e EUA, a pressão sobre commodities diminui, o que pode valorizar produtos como soja, milho, carne e minério de ferro — principais exportações do Brasil. - Valorização das bolsas e do real:
A melhora no clima global de negócios impulsiona bolsas emergentes e pode fortalecer o real no curto prazo, favorecendo investimentos no Brasil. - Redução da volatilidade global:
Menos tensão entre as potências traz mais previsibilidade para o comércio internacional, o que beneficia países como o Brasil, fortemente dependente do comércio exterior. - Riscos futuros ainda existem:
O acordo é temporário (90 dias) e pode ser revertido se as negociações fracassarem, o que mantém alguma incerteza no cenário global.
Esse alívio momentâneo é positivo para o Brasil, mas o país deve continuar diversificando seus mercados e investindo em competitividade para não depender excessivamente da dinâmica China-EUA.
Setores brasileiros mais beneficiados pelo acordo China-EUA:
- Agropecuária 🐄🌽
- Produtos beneficiados: soja, milho, carne bovina e suína, algodão.
- Motivo: Com menor tensão comercial, a China pode manter ou até aumentar suas compras do Brasil, especialmente de alimentos, já que ainda busca diversificar seus fornecedores além dos EUA.
- Mineração ⛏️
- Produto-chave: minério de ferro (Vale).
- Motivo: A recuperação da economia chinesa, favorecida pelo alívio nas tarifas, pode aumentar a demanda por matérias-primas para construção e indústria.
- Energia e petróleo 🛢️
- Produtos: petróleo bruto e derivados.
- Motivo: A maior estabilidade econômica global tende a aumentar a demanda por energia, favorecendo as exportações brasileiras, especialmente da Petrobras.
- Papel e celulose 📄🌲
- Empresas como Suzano e Klabin podem se beneficiar do aumento da atividade industrial chinesa, que demanda papel para embalagens e celulose para papel higiênico e outros produtos.
- Logística e portos 🚢
- Motivo: O aumento nas exportações pode gerar mais movimento nos portos brasileiros (como Santos e Paranaguá), favorecendo empresas de transporte marítimo e infraestrutura.